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quinta-feira, 25 de março de 2010

Da terra molhada.



No dia anterior, me parecia uma chuvinha qualquer. Despretenciosa. Mas enquanto aquele dia no qual agora eu me encontro amanhecia, fui acordada por raios e trovões. Eu que sempre fora tão medrosa, agora deixava-me ninar pelo motivo do meu pavor de outrora.
Tinha tido sonhos tão belos durante a madrugada, que me seria impossível agitar. Diante daquele barulho ensurdecedor e daquelas luzes que brilhavam, eu apenas era embalada.
Ver beleza onde não se via, é algo doce que a vida tem. Ver beleza em tudo, em todos, em qualquer situação. Ah, a madrugada sombria em que adormeço calmamente e em sonhos encontro tudo que me parece caro, tudo que me parece céu.
Não troco nenhum silêncio e nenhuma calmaria pelos trovões e relâmpagos que ouvi e vi, no despertar deste novo dia. traziam com eles a chuva, tão zangada a cair. Mais que fazia pairar no ar o doce e colorido perfume da terra que era molhada.

domingo, 14 de março de 2010

A minha vocação.



A pequena Teresa dizia que a vocação dela era o AMOR. A minha também o é, já que a própria Teresinha disse ainda que o "amor engloba TODAS as vocações".
Hoje, tudo concorreu para o "não": o sono, a preguiça, a programação na TV. Tudo me chamava a ficar em casa. Mas algo em meu coração me inquietava. Me inquietava o suficiente pra que eu me levantasse, e fosse. Com nada que se pudesse comparar nem com uma ínfima disposição. Mas fui. O Amado de minha alma havia prometido-me algo nesta manhã, em que tudo em minha casa me era convidativo como nunca. Atendi ao Seu chamado. Por maior que fosse minha vontade de dizer "não", foi "sim" a palavra que proferi, antes de levantar da cama num salto.
E começou, assim, meu tempo de espera. "Crer, suportar e esperar", porque "Amar é doar-se até doer."! Espera, sim. Mas não aquela que já venho esperando, a daquele amor. Aquela que venho esperando e que continuarei, enquanto for vontade do Pai. Esta, de agora, é uma espera proporcionada por um amor infinitaente maior, e que já existe, e que já é certo. Tão certo como o ar que penetra meus pulmões a cada respiração minha.
Mestre, Tu bem conheces meu coração. Tu bem sabes minhas fraquezas e inseguranças. Tu sabes de tudo, Senhor. Sabes também que Te amo. E hoje começa a minha espera pela revelação da Tua vontade em minha vida.
"Obrigada, Senhor, por me teres escolhido!"

sexta-feira, 12 de março de 2010

Judia-te, Judite!.


Ela era a mais irritadiça do lugar onde vivia. Era também a irritadiça mais jovem. Aos 20 anos, apenas, trazia consigo um espírito mais ranzinza que o de um ancião.
Por pouco, muito pouco, fazia o mundo desabar, com suas palavras agudas, tão agressivas. Mais que isso, amargas.
Não fora por querer que havia levado uma vida difícil, mas foi por vontade própria que tornou-se tão seca quanto o barro quente que seus pés descalços pisavam, quando ela era criança.
A dor, ao invés de fazê-la crescer, de edificá-la, teve o efeito contrário: lhe atrofiou, tornou-lhe uma mulher pequena não somente de estatura, mas de alma e coração. Ela não era feliz, e se não mudasse, jamais seria.

quinta-feira, 11 de março de 2010

Pequena Teresa.

Aquela que há alguns meses parecia ter-me demonstrado grande amizade por mim, me apareceu em meu sonho. Antes de dormir, fiz-lhe uma prece: a de sempre. Pedi, demonstrando quão devota sua havia me tornado, que orasse por mim, que me mostrasse o caminho. O caminho do amor, ela que tanto amou na vida.
Pude ver seu rosto, suas vestes, de forma muito sutil. Mas ouvi bem a voz: "É amor de esposa... Incondicional!". Logo depois acordei, sem saber até que ponto eu possa ter imaginado meu diálogo com a pequena Teresa. Teria ela, em sua grande amizade, atendido meus pedidos, dado-me um sinal? Ou eu, em minha limitação humana, pus coisas em minha própria cabeça?
Se as palavras que ouvi saíram mesmo do coração de Teresinha, era verdade: todo o tempo que passei amando até aqui, não foi em vão. Deus teria um plano para a minha vida. Caso contrário, a mim, resta apenas a conformação de ter passado os últimos 1117 dias até o de hoje, sonhando sem dormir, sentindo o que não sinto. A resposta? Deus, o tempo e Teresa hão de me mostrar.

segunda-feira, 1 de março de 2010

Faltava-me a metade.

Eu havia perdido a minha metade na noite anterior. Assim que dei por sua falta, preocupei-me: o que significaria tal perda? Por fim, fui esquecendo, deixando de dar importância.
Questionei-me. Foi tanto tempo aqui, não terá sido suficiente? É hora de desistir? É hora de esquecer? É hora de seguir em frente sem? Depois de três anos, coisas demais passam em nossas cabeças e a incondicionalidade do amor passa a ser testada. É fácil dizer que vai ser pra sempre na fase da paixão, quando tudo se resume em flores. Difícil é sobreviver em meio aos espinhos por tanto tempo. Uma hora, você simplesmente se cansa das feridas de sempre. É difícil ter dentro de si um amor maduro suficiente, para resistir às dores, para não desistir. Porque se há desistência, é atestado de ausência de amor.
Estava reflexiva ainda, quando alguém me tocou os ombros: "Sei que isto pertence a você, toma!". Era a minha outra metade, perdida pelo chão 24 horas antes. Ela voltou para mim. E o amor, com toda a sua incondicionalidade, apenas havia cochilado dentro do meu coração. Nunca havia partido. Adormecera, mas agora despertara. Sim, eu amo.

Felicidade.



Me decepciono um pouco mais com o ser humano, cada vez que me dou conta de que as pessoas impõem condições fúteis de felicidade para si mesmas.

Me convenço, de que as pessoas que estão sempre em busca de algo para alcançar a felicidade, nunca serão felizes de fato. Espera-se que algo aconteça para que possa se sentir a felicidade. Esses são aqueles que sequer sabem sorrir.

Felizes, na realidade, são os que precisam de pouco, ou de nada para serem capazes de dar um sorriso. Felizes são aqueles que são alegres, simplesmente porque o são. Sem motivos, sem condições, sem futilidades. A verdadeira felicidade está contida no céu, e em todo lugar. A felicidade tem um nome com quatro letras, e é traduzida no amor.

Eu conheci a felicidade, que mora em me coração e transborda em meus lábios, em forma de sorrisos. E você, quer conhecê-la?