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sexta-feira, 30 de abril de 2010

Secret love.



Eram ambos adultos e maduros. Mas quando se encontravam, um diante do outro, a infância lhes voltava à mente e aos corações.
Para ele, ela era uma menina de quem ele precisava cuidar. Para ela, ele era como um raro menino gentil, que a protegeria dos valentões da escola.
Se conheceram num dia de chuva, quando a agitação da grande cidade perdeu-se na calmaria dos olhares que trocavam.
Horário de almoço, e o tempo de duração do intervalo tornava-se pouco, por causa de tamanha agitação.
Eles se esbarraram na praça, e já se preparavam para serem grosseiros um com o outro, quando aquele primeiro olhar os calou. E não calou só a eles: mas ao barulho da rua, aos carros passando. O ruído da água da chuva encontrando o concreto no chão, parecia tão distante, que era preciso esforço para ouví-lo.
Almoçaram juntos naquele dia. E no outro, e no seguinte também. Repetiram o intervalo juntos todos os dias. Perdiam a hora do segundo turno de trabalho, um contemplando o outro. Perceberam que não importava quanto tempo teriam juntos, sempre desejariam mais. Passaram a ver-se nos dias de folga: feriados, fins de semana, férias. Viajavam juntos, sem sair do lugar.
Eram adultos, eram crianças. Nisso se traduzia a tamanha pureza que envolvia o amor dos dois. Não era uma paixão ardente, avassaladora e cheia de desejos. Não era dessas paixões comuns entres os adultos. Era algo quente, mas na medida certa, pra se aquecer num frio inverno, não para queimar demais. Era um amor... Que muito mais que quente, era puro.




Música: Ela/Ele
Voz: Sandy
Álbum: Manuscrito
Composição: Sandy
Imagens: Cenas do filme "UP - Altas aventuras"
Vídeo original do Youtube: http://www.youtube.com/watch?v=pSv1_ibvrVM

quinta-feira, 29 de abril de 2010

A dor do silêncio.


O seu silêncio ainda dóis nos meus ouvidos
E sem saber o que fazer, me desespero
O nosso amor em poema já foi escrito
Me vendo em cacos, já não sei se eu te quero

É bem mais fácil assim?
Eu desistir no fim...
Será vitória, então, lá pro meu coração?
Isso é pra nunca mais você sorrir de mim

Não dá mais, mas eu quero seguir em frente
Não vou ser covarde, como tanta gente
Não dá mais, mas eu quero te abraçar
Depois de tanto perder
Agora só dá pra ganhar

E quem foi que disse que amar não é sofrer?
Cheguei no limite, mas ainda amo você
.

É assim, o mundo que você me deu.


Estava sentando ao meu lado, numa proximidade jamais vivida antes. Pela primeira vez tínhamos uma sintonia tão sincera, que éramos um só.
Os olhares que trocávamos, eram de fato, olhares de amor. Olhares que traziam um amor explicíto, que jogava feixes de luz por entre nossos cílios. E dessa vez, não era um amor que partia só de mim.
Falava em meu ouvido, me prometia aquilo que eu mais desejei nos últimos três anos: ele, ou melhor... Nós dois.
Estava atônita demais para acreditar, mas a minha vida parecia ter-se resumido àquele instante, em que eu me sentia ganhar o mundo.
Me lembro de ter pedido um tempo pra pensar. Mas que doce seria tal tempo! A situação se havia invertido: agora eu, tinha plena certeza que ele estava esperando por mim.
Enquanto ele prometia o céu, o mundo e tudo, a distância entre nossos lábios era ínfima. Tudo estava em câmera lenta, quando ouvi uma música tocar: "A dor some no vazio que o teu beijo preencheu. Da flor somem os espinhos. É assim, o mundo que você me deu...".
Acordei. Era real demais... Mas como sempre, foi um sonho.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

O medo de não me reerguer do silêncio.

Se um dia perdi (mas reencontrei) a metade, ontem eu perdi tudo. E não sei se dessa vez poderei encontrar. O seu silêncio ainda dói nos meus ouvidos, e seguir em frente me parece mais doloroso e difícil.
Tenho medo de permanecer mergulhada nesse silêncio, nesse vácuo. Silêncio que só é quebrado quando você sorri, e resignada, eu choro.
Eu estou com medo. Eu permaneço com medo.
Até quando?

segunda-feira, 26 de abril de 2010

P-O-E-M-A.


Há tempos não escrevia um. Quis, então, resgatar em mim os versos. Aqueles que sou eu que penso, eu que sinto, eu que sonho, eu que escrevo, mas que não são meus. São sempre teus. Somente.

Máscara, face
E olho, e céu
Esquecimento:
Tormento cruel.
Esqueci-me de mim
E de ti só me lembro
Os versos que te escrevi
Jogaste, sem dó, ao vento
Restos de tua exitência:
Eis com o que me contento!
Será que te amo mesmo?
Ou será que cega, te invento?

sábado, 24 de abril de 2010

Amor... Dor.


Tinha o pensamento vazio, quando li um poema de Wlliam Shakespeare:
"Quando me tratas mau e, desprezado,
Sinto que o meu valor vês com desdém,
Lutando contra mim, fico a teu lado
E, inda perjuro, provo que és um bem.
Conhecendo melhor meus próprios erros,
A te apoiar te ponho a par da história
De ocultas faltas, onde estou enfermo;
Então, ao me perder, tens toda a glória.
Mas lucro também tiro desse ofício:
Curvando sobre ti amor tamanho,
Mal que me faço me traz benefício,
Pois o que ganhas duas vezes ganho.
Assim é o meu amor e a ti o reporto:
Por ti todas as culpas eu suporto."
Me identifiquei imensamente com os versos, que pareciam falar por mim. Logo eu, que sempre fui tão julgada pelo simples fato de amar. As pessoas pensam que o amor se resume em flores, e eu pergunto: e os espinhos? As flores mais belas, sempre têm espinhos. Nem tudo é somente belo, nem tudo é somente fácil. É também como já diz a rosa, de "O Pequeno Príncipe": "Eu terei de suportar duas ou três larvas, se quiser ver as borboletas". Dor é um processo normal quando se ama. Falta de dor é que é questionável.
Quando senti dor, também lucrei algo: cresci, amadureci, amei. Não me culpo por tanto ter amado, não acho que agi mal. Se você diz que ama, mas esse amor nunca lhe doeu... Você sim é que tem algo a repensar. Não eu, que vivo um amor doído. Quanto mais dor, mais amor.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

A fita.

Foi como voltar para o começo da fita. Tanto no lado A, como no lado B eu te encontrava, conhecia. Mas me senti da mesma forma que quando me decidi a apertar o botão "REC". E começou de novo... Tudo.
A sensação de vida ganha, de risos ganhos, de tudo ganho, de tudo lindo, me voltou. O que é bastante curioso... Como sentir-me novamente assim, depois de tanto ter me decepsionado, com você, e com tudo? Tanto pranto, desengano. E agora eu me vi, por alguns instantes, parecida demais com a menina ingênua que deixou-se apaixonar, há alguns anos. E deixando-se apaixonar, esqueceu-se de si, de vez. Eu já havia lembrado-me de mim. Já havia amado-me novamente. Não ao ponto de deixar de amar-te, mas ao ponto de me ver, antes de ver você em mim.
Mas eis que por instantes me voltou a mesma euforia, o mesmo desejo de lançar-me em alto voo, sem ter asas.
Não vou me enganar de novo, não quero esperar por quem não vem. Mas irremediavel, surpreendente e involuntariamente, eu voltei a fita.



quinta-feira, 22 de abril de 2010

Princesa.


Ela era só uma menina. Ele, o príncipe que ela escolhera. Ou melhor, o príncipe que ela NÃO escolhera, mas que de alguma forma, era o príncipe que a fazia sonhar. E ela sonhava, sonhava, sonhava... Ele já morava em todos os seus sonhos. E ela o amava, amava, amava... Amava tanto, com um amor tão grande, que mal cabia nela... E ele, tolo, não entendia o que ela sentia. Mas também, pudera... Nem ela era capaz de entender!

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Sonho.


Sonhei que lhe tinha ao meu lado

E no sonho eu pude ver e sentir:

Suas mãos, seu perfume,

Seu sorriso, seu abraço,

Seu olhar a me conduzir.

Mas era sonho, só um sonho.

E eu acordei procurando você

Que não estava mais comigo,

Não me envolvia em seus braços,

Não me dava seu ombro de abrigo,

E nem imitava meus passos.

E passei o dia à espera

Da partida do sol, chegada da lua.

Para que depois de anoitecer,

Eu adormecesse, e sonhasse,

E mais uma vez, fosse sua.


terça-feira, 20 de abril de 2010

Pena.


A pena nada mais é do que um sentimento medíocre. Odeio quando as pessoas têm "dó" de mim. Odeio quando me tratam como uma pobre coitada, derrotada: "Mas você ainda pode ser feliz!". Alguma vez eu disse que não era? Lágrimas não são sinônimo de tristeza pérpetua: ai daquele que vive sem chorar, porque nunca terá lavado a alma.
O pranto cessa, lágrimas secam. O riso sempre ressurge. O fato de eu ter chorado ontem, não é uma sentença de morte. Muito menos algo que me condene a chorar no presente, ou no futuro. Mas também não é garantia de não chorar. Sim, se chorei antes de ontem, posso ter chorado ontem. Posso chorar hoje e ainda amanhã e depois. Posso chorar dias, semanas. Mas também vou sorrir por tempos.
Há uma variação natural na expressão das pessoas. Gente que é gente, chora SIM! E gente que é gente sabe que choro edifica, rega as sementes plantadas em nós, pra que elas possam dar frutos! E cedo ou tarde, o riso vem. Se eu chorar agora, o que me impede de sorrir dentro de um segundo? Nada me impede.
Não tenha pena de mim. Desprezo esse sentimento. Se hoje eu chorar, terei um motivo que eu mesma abracei. E quem sabe eu ainda vá sorrir, por esse mesmo motivo. Se risos nunca foram garantia de felicidade, as lágrimas também não garantem a tristeza. Há uma pequena, e no entando ENORME diferença entre SER e ESTAR triste. Eu nunca sou, sempre ESTOU, quando houver de estar.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Injustiça.


Injustiça. É a palavra que descreve perfeitamente o motivo desse amor parecer não dar certo.

Sim, é injusto.

Que eu mate e morra por ele

E que oferte a ele um amor que não tem fim

É injusto, muito injusto.

Que mesmo com tudo isso

Ele não sinta absolutamente nada por mim.

É injusto ele morar em meu coração, sem mesmo pagar aluguel, e ainda fazer bagunça e pirraça, e não querer mudar de lá.

Injusto ele me ter nas mãos

E eu ter as minhas vazias

Sem ele, e sem ninguém.

E já que sem ele, sem alegria.


domingo, 18 de abril de 2010

Foi o teu olhar.



Não imagino porque seja assim, mas sempre é. É sempre assim e não muda. Como diz na canção: "posso respirar você, posso te enxergar no escuro". Um escuro não tão assim, sombrio. Um escuro onde não vejo os demais, mas vejo você. E em você, a luz que só eu enxergo.
Você também pode me ver, sei que pode. Mas na ilusória sensação de olhares trocados, sou eu que me perco. O que dizem eles, os olhares? O que representam, afinal? Desdém, angústia, ciúme, desejo? Não sei, e isso me dá um sentimento de derrota.
O que sinto por vezes é bom. Sonho em dar passos, estender braços, dar abraços. Dançar como nunca, com Ninguém. Mas se é tão bom o pensamento, torna-se às vezes irritante: quero odiar, quero matá-lo. Quero morrer na parte de mim que te chama, mas não consigo. Culpa.
E sei que vejo nos teus olhos o que ninguém mais vê. E sonho nos teus olhos, adormeço, faço deles temporária moradia. Como quisera ser pra sempre!
Por que me olhas assim? Julgo que não tenho eu valor para ti, mas por que me olhas? Me alimentas, mas não devias. Não faz sentido, se não me queres. O que estão dizendo teus olhos? Não posso ouvir... O que significam os teus olhos, que me encantaram?

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Por mim.

Intenso.

Bate o coração da pobre dama.

Imenso.

O amor que ela oferta a quem ama.

Cruel.

A incerteza que esfria a chama

Na dúvida se são bem-vindos

Os versos de amor que declama.

Ardente.

Paixão que tanto a inflama.

Paixão que quando fria, ainda é quente.

Porque esse amor que a dama sente

É grandioso, não tem fim

E eis que cego ainda não vi

Que esse amor é só por mim.


quinta-feira, 15 de abril de 2010

Amor.


Ah, o amor... Você o conhece?

Você tem convicção de que realmente o conhece?

Não tenha... Porque eu já tive essa convicção um dia.

Amor pra mim, antigamente, se resumia numa pessoa bonita,

ou pelo menos razoável,

que me causasse algumas reações como um frio na barriga,

ou algo parecido.

Hoje eu sei que tudo é falso. Não que eu tenha experiência,

quando o assunto é coração e sentimentos...

Tenho o mundo inteiro pela frente a percorrer,

até que possa falar que tenho lá alguma experiência nesses assuntos.

O que me faz pensar que é impossível se saber muito sobre,

porque o coração é uma caixinha de surpresas: quando você pensa que

o conhece, ele surpreende você com atitudes inexplicáveis,

que dão uma guinada de 180º na sua vida,

e mudam sua história completamente.

E então, só quando você vê que aquilo que você julgava previsível

é na verdade a mais imprevisível das coisas, você pode dizer que

não tem experiência no amor, afinal, nunca vai ter.

Mas você pode dizer que soube o que ele era.

Não ao ponto de defini-lo, já que se trata de algo indescritível.

Mas ao ponto de senti-lo verdadeiramente.

E de ter a certeza de que foi, de fato, verdadeiro o que você sentiu.

No resumo das coisas, o que eu realmente sei,

é o que eu mais me orgulho em ter aprendido:

o amor não consiste só em palpitar de corações,

frios na barriga e nervosismo.

O que faz de fato o amor ser amor, e amor verdadeiro,

é o que vai além disso. É o que não se descreve, porém se sente.

É o mistério que só sentindo, para saber.