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quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Mais uma primavera da borboleta

Mais um ciclo se fecha para dar lugar a outro. É reveillon em mim! Pensando nas perdas e ganhos pela estrada da vida, inevitavelmente me peguei desvendando alguns mistérios contidos em minha existência.
O caminho até aqui foi longo e espero que a estrada à minha frente seja ainda mais. Perdi alguns pedaços, ganhei outros tantos. Mas aprendi que na vida a ordem é nunca parar, é sempre procurar evoluir, aprender, mudar... Porque a vida se movimenta constantemente, e se você fica parado, certamente é deixado pela estrada.
Nos últimos anos aprendi que a morada que Deus almeja não é feita de paredes e concreto, mas de carne e sangue: meu coração. Aprendi que enquanto tantos me apontam o dedo na cara, Ele me estende a mão, o olhar, o amor... Aprendi que nada consegue ter aproveitamento positivo quando violenta a verdade de quem somos e do que nos faz feliz. Aprendi que ser bom é fundamental. Aprendi que não preciso ser santa para que Deus me ame, e que a santidade não é um lugar; mas que ao meu jeito devo buscá-la.
Aprendi que hipocrisia é mais praticada do que se pensa, e que as máscaras caem mais rápido do que se supõe. Aprendi que com o tempo a gente sempre percebe onde estão os verdadeiros amigos, e procura uma distância desesperada dos falsos. Aprendi a tomar por irmãos os amigos certos. Aprendi a não me lamentar quando alguém se afasta, mas a sentir alívio por Deus tirar possíveis males de minha frente.
Aprendi a seguir o meu caminho sem medo, porque nas palavras encontro meu lar. E se não for por meio delas, a felicidade profissional jamais virá até mim. Aprendi que o que é bom na gente, a gente externa... Ouvi a música em mim e a externei. Encontrei nela um atalho, um refúgio. Um amor maior do que eu esperava.
Aprendi que amor sempre dói, mas não vale a pena se for dor. Aprendi também que tem amor que não se esquece, mas se engaveta para deixar nosso amor-próprio aparecer. Aprendi que o amor da minha vida nunca vai ser um cara, porque esse posto na realidade é de uma mulher... Que não por acaso, me deu à luz. Aprendi que ela se foi, porque sua hora era chegada, mas as coisas boas que ela me deixou a fazem sempre presente.
Aprendi com uma cantora que tristeza passa, sim. E que a vida é mesmo agora... Essa mesma cantora, além dos ensinamentos, me deu algo mais de precioso: amigos. Amigos de longe, de não tão longe. Mas que no fim das contas, são todos de perto... Não há proximidade maior do que morar no coração da gente.
Obrigada, Deus, por mais uma primavera. Obrigada porque a vida é uma escola... E mesmo certamente não sendo a primeira da turma, tento vencer as dificuldades de aprendizado e fazer direitinho minha lição de casa. E que venham outras primaveras... Várias, e esbanjando cada vez mais beleza e perfume. E por enquanto... Olhemos as flores de agora. E colhamos mais tarde os frutos de um novo tempo, que sempre vem. E eu vou seguir cantando e borboleteando no meu jardim. Construindo novos casulos, me refazendo e depois saindo deles... Sempre como uma borboleta com novas cores. Mas ainda assim sendo a mesma borboleta. Feliz ano novo para mim. E para os meus.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

A Bela... Que tinha medo de adormecer

Mais do que poder, ela sabia devia. Sim, devia, porque era chegado o tempo. O tão assombroso e esperado tempo de ir além. Talvez fosse iminente agora, porque ela não tinha nem mesmo desculpa para fugir. Tinha batendo no peito um coração medroso, mas assim ele sempre seria, mesmo que se passassem mil anos. Tinha chegado a hora de não mais esperar.
E não pense que é tarefa fácil ficar em carne viva, e depois seguir. Por muitos anos ela cultivou a sua dor e agora que já não doía, um vazio tinha ficado. E é bom que se saiba que todo vazio tem a mania de querer ser preenchido a todo custo. O dela já estava rouco de tanto gritar por preenchimento. E ela já estava cansada de ser tão diferente de todo mundo que lhe cercava. Uma flor numa redoma.
Mas em meio a todo esse turbilhão, ainda existia o medo. O medo de ter perdido um jeito que nunca havia adquirido. O medo de que esperassem demais dela e ela não conseguisse. O medo de se machucar e se doer de novo. Como uma criança que tem pesadelo e depois teme pegar no sono outra vez. Mas ela estava exausta e precisava dormir. E finalmente sonhar de novo, quem sabe...

domingo, 14 de agosto de 2011

"Omnia vincit amor"

Crescemos. A verdade reina absoluta e a ficha uma hora cai. Olhar e ver uma linha do tempo cada vez mais extensa atrás de nós causa espanto, nos deixa boquiabertas ao ver os vários anos que se passaram. Diante de tamanha admiração, até perdemos o foco. Ora, o impressionante mesmo não é o tempo ter passado, mas sim termos passado juntas pelo tempo... Por tanto tempo!
Quem, conhecendo nossa história, ainda terá a ousadia de dizer que as diferenças podem pôr fim às coisas? Nossa relação com o "diferente" tem de ser uma troca de respeito: respeite as desigualdades e elas sorrirão para você. No nosso caso, por exemplo, se fóssemos parecidas, tenho certeza de que não mais estaríamos juntas. Precisávamos ser completamente diferentes, ter personalidades extremamente distintas para que uma tivesse o que acrescentar à outra. Num grupo de pessoas iguais, seus integrantes não têm nada a oferecer, nada a aprender, nada a ensinar, nada a desvendar. Não ganham, não perdem, param no tempo porque falta areia na ampulheta. Mas nós somos diferentes, e prosseguimos.
Crescemos juntas, mudamos juntas, mas sempre temos algo a trocar e por isso sempre há um novo punhado de areia a ser colocado em nossa ampulheta. Assim, o tempo não nos pega, não nos afasta, não nos retém. Conseguimos a proeza de ver na diferença mais do que um pequeno detalhe: ao invés de empecilho, ela nos é adubo, força, sustento, alicerce. Somos a consequência do milagre de saber que o que realmente importa vem de dentro.
E que continuemos nos desdobrando neste milagre, fazendo com que ele se multiplique e jamais se gaste. Sei que crescemos, mas não percamos jamais o brilho infantil no olhar. Só se cresce bem, quando se conserva um lado criança dentro de nós. É o nosso "pequeno eu" que sustenta nosso "eu adulto", quando necessário. E é firmes e fortes que poderemos continuar sendo sustentáculos umas para as outras, pela vida afora.
Mais uma etapa das grandes é chegada... Entremos nela com coragem, cabeça erguida e riso nos lábios. Crescer é difícil. Mas viver não teria graça se fosse fácil. Agora nos juntemos para ver a lua, porque ela está a caminho e já é um muito amado marco em nossa linha do tempo. É, meninas... Nós crescemos.




• Para:
Priscila Garcia Ruzzante Marins
Thaís Moura
Bárbara Tavares
Sarah Farias
Eu amo muito vocês! ♥
♪ "Eu estou ao seu lado, no mesmo compasso, vendo a lua aparecer. Ela me disse que passou pra ver se era amor que nascia aqui..." ♫ - E era amor. Sempre foi! "Omnia vincit amor" = "O amor vence tudo": até o tempo... E a distância.

domingo, 7 de agosto de 2011

Ao maior amor da minha vida

Se de onde você está ainda pode ouvir meu coração, o ouça dizendo quanta falta você me faz. Até as alegrias se tornam mais difíceis com sua ausência em volta. Mas não fique triste por mim, tenho sobrevivido como posso. Não trago mais no peito aquela tristeza, nem a revolta do tempo de sua partida, mas a saudade também pode fazer dor na gente vez em quando.
Só o que foi realmente bom pode fazer falta depois que termina... Ou se vai, como no seu caso. Não ter mais o seu colo para chorar nos momentos de dor é ruim, mas não ter o seu riso mais sincero nas minhas vitórias, consegue ser pior. De todas as pessoas do mundo, a que mais gostaria de ter ao meu lado em minhas conquistas era você: para multiplicarmos alegrias só para que elas pudessem ser dividas entre nós duas, sem se gastarem.
Nenhuma manifestação de orgulho substitui a que eu sei que você manifestaria. Nenhum abraço de congratulação me dá a força para continuar que o seu me daria. Se é verdade o que me disse, que "nunca se vai para sempre quando se deixa saudade", você não foi. Mas a razão me trai e chama meu coração de bobo, quando teimo em lhe sentir por perto. Não sei para você aí, mas aqui às vezes não é nada fácil, mãe.
Acho que agora você entende o caminho que escolhi. Espero que de onde está possa me ver, e sentir orgulho. E espero mais ainda que esse longe se faça perto, e você seja meu anjo da guarda. Não importa o meu ofício... Independente da minha profissão, quando eu "crescer", o que quero mesmo é ser como você.
Ah, e não esqueça de tomar um pedaço dessa minha alegria. Sabe como é, se ela também não for sua, não tem muita valia para mim. E por favor, lembre-se que você é aquela a quem eu mais amo. Eu lhe amei até seu coração parar de bater... E mesmo depois disso continuo amando. Cada dia mais.
Você sempre vai ser a minha fortaleza... E o meu amor.
Um beijo repleto de saudade e o abraço mais apertado,
da sua filha que lhe tem "sempre-em-mente". ♥

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Inevitavelmente (me) amar

E eu finalmente estou aqui, neste ponto. Me refazer deixou de ser opção e agora é iminência. Não há mais para onde eu possa cair, cheguei ao fundo do poço. Não foi fácil chegar até aqui, como também uma recuperação plena não se dará facilmente; mas alguma coisa eu tenho de fazer. A vida exige de nós movimento constante, e não se pode parar.
Até então, vivi um movimento depreciativo. Ao invés de evoluir, me afundava cada vez mais. Tudo em nome de um amor cruel que hoje vejo que não tinha muita valia. Não importa o que tenha passado pela minha cabeça naquele tempo, eu só me doava sem me importar. Se não recebesse nada em troca, teria sido bom. Para isso, eu estava perfeitamente preparada. O problema é que ao invés do nada, me veio o chute, o desdém, a humilhação. Ainda aguentei por um tempo tão grande, que pode-se dizer ter sido algo sobre-humano. Sofri resignadamente e não sei exatamente qual o objetivo disso, mas me fez crescer. A dor apesar de ruim, tem esse poder de nos fazer amadurecer na marra. É o outro lado da moeda que vale a pena conhecer.
Claro que ninguém vai sair por aí procurando uma dor para sentir, só porque precisa virar gente grande do dia para a noite. Eu não procurei a minha dor, mas quando ela apareceu, a abracei com força e demorei a soltar. Só soltei mesmo quando não tinha outro jeito. De tanto me maltratar, não havia mais mal que pudesse fazer comigo mesma e até a inércia já tinha findado. O único caminho a seguir, era o caminho inverso. Comecei a me amar por falta de opção, porque precisava me mexer para me manter viva (a velha história da movimentação que a vida nos cobra).
É verdade quando dizem que é perdendo as coisas que se dá mais valor a elas. Eu precisei me perder para me dar o valor que me cabe. Agora estou focada em curar meu mal, me reinventar e ser feliz de novo. Eu quero recomeçar, virar a página de vez e escrever uma história nova. A vida não pára e exige que façamos o mesmo, porque ela não costuma esperar por nós. E aí, como dizia Caio Fernando Abreu, "Dá vontade de amar. De amar de um jeito 'certo', que a gente não tem a menor ideia de qual poderia ser, se é que existe um." - No momento, esse é o sinônimo de "nascer de novo" para mim. Amar de verdade, de forma saudável: primeiro Deus, depois eu, e por fim aquele que tiver de ser, e que virá... Ou que já veio.