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domingo, 26 de fevereiro de 2012

Metamorfosear

Ela não faz mais o tipo que só abaixa a cabeça e diz amém. Ela não acredita mais nas verdades que você tem a dizer, porque sabe que todas são falsas. Verdades de mentira, sentimentos de papel.
Ela não acredita mais em qualquer coisa, nada do que você diga vai mudar a nova postura dela. Não há mais personagem atrás do qual você possa se esconder... Jogue fora suas máscaras, porque elas são inúteis aqui.
A menininha não mais acolhe de graça, nem fica calada enquanto você brinca de sentir. O coração se fechou e ela fez questão de amarrar também a cara, pra fazer isso transparecer. As palavras doces que ela tinha pra você já azedaram, agora só uma sinceridade ácida lhe sai dos lábios. E não se trata de falta de respeito para contigo, mas de respeito a si mesma e amor próprio. Dane-se o sangue igual que corre nas veias, quando a alma presencia laços desfeitos.
A menininha não acredita mais em contos de fadas e nem lhe vê mais como herói. Ela já não está mais cega, porque cresceu. A menininha já não existe. E a mulher tem punho forte.




segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Desabafo II

Perdi a paciência com quem tem várias faces, e mente, e joga, e finge. Não é porque a vida é um espetáculo que temos que atuar.
Gente de mente pequena sempre se julga esperta. Acha que ninguém percebe, ninguém sabe, ninguém nota a borda da máscara descolando da cara. Mas essência fajuta de um ser é igual a perfume barato: arde no nariz, irrita a pele e denuncia origens transviadas.
Tenho pena de quem ergue bandeira branca pela frente, e pelas costas tenta puxar tapetes. Tenho pena também de quem some sem deixar rastro, jogando toda uma vida pela janela. E tenho pena de quem tem pena de mim. Porque aos trancos e barrancos eu sou forte... E não preciso de pena.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Dor(mente)

Dizem que amor é aquilo que resiste, apesar de tudo. Não digo que meu amor tenha acabado, porque sinceramente, não acredito que isso tenha acontecido. Não estaria doendo se não houvesse amor. Hoje em dia dói diferente, é bem verdade. Acho que é porque antigamente eu já me rasguei demais, e aí agora já não há muito onde ferir. Mas não posso negar que ainda assim me incomode. E se incomoda é porque dói, mas dói escondido.
Foi isso que houve com o meu amor: se escondeu. Arranjou um jeito de se proteger, para não sucumbir. Está vivo em algum lugar, que eu não sei onde. E o fator "é sangue do meu sangue" não vale para libertá-lo. Não tem ligação sanguínea que seja mais forte que um elo entre almas. E nossas almas, é pesado reconhecer, são tão distantes.
Às vezes me sinto uma má pessoa, querendo que não mais volte, querendo que permaneça perdido de vista. Mas não foi minha a escolha de ser vilão, enquanto deveria passar a vida no papel de herói.