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segunda-feira, 16 de junho de 2014

Soltar âncoras



Eu quero as coisas mais lindas do mundo pra você. Porque eu te amo mesmo, sabe? Independente do que as pessoas pensem ou preconceituem a respeito. Eu te amei pela verdade que você passa. Me veio a verdade primeiro, depois você, com sua lista de incontáveis predicados.
Eu te amo com esse amor sereno, que sabe que se você tem asas, tem mais é que voar mesmo. Esse amor que não te quer aqui se for pra o seu sorriso ter o potencial diminuído. Seu riso tem que ser pleno. Você tem que ser pleno.
Eu te amo com esse amor que é forte, sim, não se importando com os ventos contrários. É por ser forte que ele te liberta. É por ser forte, que ele bebe todos os dias suas doses de realidade e reconhece que a renúncia é o lugar que lhe cabe. Reconhece que você merece as coisas mais lindas da vida e eu não pertenço a esse grupo de coisas belas, merecedoras de serem apontadas como causa da sua felicidade. Não sou eu que mereço menos, é você que merece mais.
Quem nasceu para ser o centro, jamais deve ser tábua de salvação. Você não merece se dedicar a derrubar meus muros e salvar minha alma. Você não merece arredores. Você merece estar alicerçado bem no meio do terreno. Você merece muito mais do que eu - por mais que te ame - posso oferecer. Meu solo está cheio de erva daninha e a última coisa que eu quero é te contaminar. Vai, e sorri. E lembra que, ao te ver sorrindo, de longe, eu vou sorrir sincero daqui, em resposta.
Vai sem culpa de me deixar pra trás. Não é por sua causa que eu tô presa aqui, neste lugar. E não é porque estou impossibilitada de ir mais longe que vou impedir o seu voo. Vai. Ao te ver partindo, eu não tô triste, não. Eu tô é leve.



terça-feira, 10 de junho de 2014

Dopo il parco giochi: a sirene


São 22h32 de uma terça-feira e eu deveria mesmo dormir. Porque dormi pouco na noite passada. Porque quarta-feira é um dia útil, e eu trabalho. Porque, porque, porque. Mas estava lendo um livro e resolvi escrever sobre como eu deveria estar dormindo agora, e não estou. Sobre como eu poderia estar trabalhando no meu projeto freelancer agora, mas não estou. Sobre como minha vida poderia ser diferente, mas não é. Sobre como eu deveria ter escolhido outra coisa que não Jornalismo pra profissão, mas escolhi. Sobre como esse texto deveria não ser sobre você, mas é. Sobre como eu não deveria me apaixonar, mas acho que levei uma rasteira. Sabe como é, prefiro dizer que estou levando uma rasteira, estou em vias de cair, do que me dizer apaixonada. Eu não me apaixono, afinal de contas. Não mais.

"Garota linda, de cabelo curto, rejeita a autoridade e não consegue resistir a um cara que ela sabe que vai ser um problema."
Tirando obviamente o "linda", essas palavras do livro que estou lendo quase falam de mim. E digo quase porque eu tinha desistido de você, sabe? Eu sempre soube que você não prestava. Eu tirei você da cabeça, porque aceitei sua completa babaquice e outros fatores me deram distração. Mas foi quando eu desisti, que baixei a guarda sem perceber. E foi quando eu baixei a guarda, por simplesmente não me importar mais, que a gente se aproximou como pessoas normais, que convivem uma com outra, fazem. E agora quem vê de fora pode até chutar que a gente é amigo. Eu diria que não chega a tanto. Mas devo admitir que me troco e me relaciono e me vivo com você muito mais do que com outra meia-dúzia de pessoas que também estão enquadradas no nosso contexto. Escrevi esse último pedaço sem vírgulas de propósito, porque o pensamento está me ocorrendo assim, sem pausas. A gente é quase amigo e começou tudo de novo dentro de mim porque eu dei a merda de uma pausa no assunto "me-sentir-muito-atraída-por-você". A culpa é do intervalo. No fim, foi feito um atleta recuando para pegar impulso, um doente terminal e a sua "melhora da morte". As coisas encontram seu lugar só para se embaralharem depois, de uma maneira ainda mais complicada. Quando a sirene avisa o fim do recreio, a aula que segue sempre parece mais difícil.

Continua...