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domingo, 27 de outubro de 2013

Febre


É uma doença sem cura. Que volta. Se abraça com meu sangue e corrói centímetro por centímetro de minhas veias. Queima. Me implode. E eu imploro por sanidade. Rezando pra enlouquecer. Com sede. Com um velho desespero, que toda vez que me bate, é novo. Eu tenho urgência em preencher meus espaços.
De nada me adiantaram analgésicos, antibióticos, antitérmicos. A infecção voltou. Sei, porque tenho febre outra vez. E tenho sonhos. E tenho loucuras internas que por vezes querem se externar. 
Eu tenho calor de você. Eu nunca gostei tanto do fogo. É um sentimento mau. E eu cansei de ser boa moça.
Vontade dá e passa. Mas volta se a gente não mata. E ressuscita quando morre no prazer. E eu nunca quis viver tão perto da morte. Eu nunca quis tanto ser uma assassina.
Eu ainda sou um terreno baldio, escriturado no seu nome.