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sábado, 17 de janeiro de 2015

Sua



Porque bateu de novo essa vontade
De chegar mais perto de você
De te ver chegar sem muito alarde
E com o olhar meu corpo aquecer

Mas aí me lembro como é tarde
E isso aqui bem no meu peito
Não pode, não deve ser amor
Se não faz sentido, nem é direito
Você, de existir, me despertar calor

Eu só sei que a boca cala
E o corpo pede
E a memória lembra o que nem foi

Você é meu inferno plural
Pronome singularmente astral
Que é único, mas muito para ser um só

Te amo pedindo pra te odiar
Te odeio jurando não te esquecer
Me afasto querendo me aproximar
Te toco implorando pra enlouquecer

Sou barco à deriva
Vou onde a maré levar
Com uma vontade ensandecida
De sonhar com você
Pra não acordar

Vou me perdendo na chama
Que me consome
Sendo terreno fértil, abandonado
Mas escriturado
No seu nome