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domingo, 31 de agosto de 2014

Contra o vento


Nosso amor nasceu às 15h do dia 28 de agosto. Uma criança forte, corada, saudável. Inesperada, fruto de um descuido e da falta do uso de meios contraceptivos. Uma surpresa, mas ainda assim, muito querida. Medos, receios, pudores, grilos e crises foram ao chão, junto às nossas roupas jogadas num canto do seu quarto. Nossas vidas mudaram para sempre, depois que demos luz ao nosso amor.
E seguimos, mesmo diante de todos os ventos contrários. Era um tufão de negatividade e a gente agarrado um ao outro, pra não se deixar levar. Era tanta gente que a gente amava dizendo que a gente não ia dar em nada, que por amor a nós, tivemos que amar um ao outro mais do que aos outros, para não nos contaminarmos. E até certo ponto, isso doía, porque as pessoas que equivocavam pela vida em relação ao que havia entre nós eram pessoas que nos amavam e queriam nosso bem. Mas ninguém parecia entender, nem aceitar. A face bela, rica em sonhos e carinho e cuidado mútuos do nosso amor só se tinha revelado a nós dois. O resto do mundo não tinha fé na gente: todos diziam que acabaríamos feridos, ferindo, perdendo tempo de vida útil e tudo o mais de frustrante que pudesse haver no campo afetivo existente entre duas pessoas.
Se toda aquela gente estava certa, eu adoro o nosso jeito de dar errado. Nossas frustrações são belas parcerias, dois filhos lindos, uma casa de praia, cumplicidade sem fim e um álbum de fotografias com incontáveis sorrisos estampados. Do tipo sinceros.


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