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terça-feira, 19 de abril de 2011

Pseudo

E aí de repente eu me pego vendo e revendo uma foto sua, te levando no pensamento, querendo estar perto: sempre perto e sempre mais. E reparando mais um pouquinho, vejo que o excesso de sua presença em minha mente é crescente, e que tenho sonhado com você com uma frequência assustadora e tenho gostado disso. E o pior de tudo: me peguei algumas vezes, de um jeito bem involuntário, te chamando de "meu amor" em pensamento. Eu estou mesmo perdida... Será possível que vai começar tudo de novo?
Estou cada vez mais convencida de que não sei me apaixonar. Faço sempre tudo errado: amo os caras errados, de um jeito errado, na hora errada... E expresso todos esses erros de um jeito também errado. Cada paixão que tive guardava dentro de si uma loucura bem peculiar. A primeira era tão platônica, que na oportunidade que tive de estar nos braços de meu príncipe, ele virou um sapo. A segunda foi ainda mais platônica que a primeira... Foi uma tentativa não de esquecer a paixão anterior, mas de fazer as pessoas acreditarem que tinha passado mesmo. Foi um trunfo, uma invenção da minha cabeça mirabolante, nada mais que a materialização de um argumento. Não durou muita coisa... A paixão que se seguiu foi a verdadeira perdição da minha vida. Menos platônica, nada inventada, totalmente involuntária e completamente insana. Era amor demais pra ocupar um coração só. Sofri alguns transtornos cardiológicos por conta disso... Transtornos que me renderam quase-desmaios, idas ao hospital, remédios controlados, essas coisas. Eu fiquei completamente enlouquecida por aquele que era só um menino imaturo. Foram anos a fio de insanidade. Me feri um bocado e cheguei agonizante onde estou agora.
E aí eu fui me levantando, me refazendo. Arranjei algumas pseudo-paqueras, outras pseudo-paixões e umas pseudo-quaisquer-coisas que me fizessem distante daquele amor insano. Eram só minhas pequenas pseudo-distrações, e eu precisava desesperadamente delas para me manter ocupada... E de pé. E quando cheguei diante de você, tinha acabado de decretar minha alta, mas ainda preciso de observações médicas, se é que você me entende. Estou até bem, mas não cem por cento. Minha recuperação foi demorada e sofrida demais, chegar até aqui não foi tarefa fácil. Cair de novo seria um atentado à minha tão batalhada recuperação. Seria como pegar gripe em cima de gripe: aparentemente bobagem, mas pode levar o sujeito a uma pneumonia... E depois, quem sabe a algo ainda mais grave, como uma tuberculose. E pode ser fatal. Estou curada, mas meus anticorpos emocionais não teriam forças para aguentar outra guerra daquelas de novo.
Mas o grande problema também é que não tenho auto-controle dessas coisas, e acho que ninguém o tenha. E mesmo se a gente pudesse controlar, eu certamente permaneceria sem conseguir fazê-lo. É bem típico de mim esse tipo de incapacidade que leva a uma auto-destruição.
E por essa minha mania de ser auto-destrutiva, sua existência dentro de mim já está ultrapassando certos limites. Você está tomando forma, espaço e tempo em demasia. Já está grandinho até, para ser classificado como mais uma pseudo-qualquer-coisa. A sua importância está crescendo e também esse meu desejo de não te perder nunca de vista e respirar o mesmo ar que o seu. Mas você está a muitos anos-luz de distância de mim, e essa história toda que tem martelado na minha cabeça não faz sentido nenhum. Não daria certo jamais, não tem como dar... E isso é tão óbvio que me deixa indignada demais comigo mesma, porque mesmo sabendo que claramente não tem como, eu não consigo parar! Mas eu tenho que conseguir... Era pra ser só mais uma pseudo, mas eu estou te levando adiante... E por que? Nem eu mesma sei. Eu só sei que não tenho controle sobre isso e fico morrendo de raiva, porque melhor pra mim seria que eu tivesse. Deus, que seja mais uma pseudo. Que isso acabe logo. Precisa ser só mais uma pseudo. Tem que ser pseudo e tem que passar.

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