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quinta-feira, 18 de abril de 2013

Silêncio enfarpado

Já vi palavras machucarem muito mais que agressões físicas. É algo até comum. Mas a gente foge do óbvio até na hora de se atingir mutuamente. A gente não se xinga, a gente cala. Seria até uma forma mais decente de se ferir, mas o silêncio pode ser uma farpa cortante capaz de provocar dores e raivas latentes. 
Não sei lidar com a ausência de som. Digo assim mesmo, "ausência de som", porque "silêncio" me pesa até no seu simples pronunciar. Sei que fecho a cara, viro o rosto para o outro lado, finjo que nem vi. Mas não me dê o troco. Eu não sei levar o troco. Egoísmo? Talvez... Não interessa o que é, interessa é que não suporto silêncio. Grite comigo, me destrate, mas não me jogue na cara essa falta de acordes, de palavras, de ruídos. Se tiver que faltar alguma coisa, que seja o ar durante um beijo. Seja o juízo, na cama. Mas que não nos falte o som, seja ele qual for. Porque eu não suporto o silêncio que a gente faz.




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