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sábado, 23 de janeiro de 2010

Bateria.


Se eu tivesse você,
Eu seria tão feliz
Teria o que sempre quis
Gostaria mais de viver
Se eu tivesse você,
Mais risos eu teria
(Risos de sorrir, risos de viver)
E o meu coração,
Enfim, bateria
Hoje, ele pulsa
Com você, bateria.
(13/08/2007)

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Celebrar a vitória.

O telefone não havia tocado no dia anterior. Ela não sabia mais o que aquilo significava, ao certo. Acordou, tentou mergulhar no seu livro preferido. Mas naquele instante, nem mesmo as palavras eram capazes de prender a sua atenção, que se voltava para a sua vitória. - Ou derrota - Pensava ela, estremecendo.
Respirou fundo, encheu-se de coragem, telefonou. Do outro lado da linha, uma voz conhecida a tranquilizava. A possibilidade da vitória tornou-se quase uma certeza.
Vestiu-se, foi buscar a certeza de uma vez por todas: progressão plena. Havia acabado, agora ela poderia respirar a liberdade, enfim. Correu em busca do futuro que a maioria de seus amigos já tinha encontrado. Agora ela os alcançaria, estaria no mesmo degrau que eles novamente. Novos tempos gritavam o seu nome e ela estava ansiosa para atender ao chamado. A teoria da comunicação, muitas outras coisas novas, e outras surpresas mais estavam esperando por ela. A garota corria cada vez mais veloz, parecendo cada vez mais leve. Estava feliz. Depois de uma tempestade terrível pela qual havia passado, talvez aquela fosse a primeira vez que ela se sentia plenamente completa e que podia sorrir sinceramente, de verdade.
Mas a vitória não era só dela, e ela sabia disso. Alguém fizera parte disso tanto quanto ela. Alguém que agora era nada menos que um pedaço do céu, mas que para ela, era como o céu inteiro. E foi junto com o seu céu que ela conseguiu, junto com sua fortaleza, seu amor... ETERNO.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

De não poder tocar.


Não. Não os tiraria do gancho, esbanjando desonestidade e mentira. Só poderia torcer que não me ligassem. Pensei em ligar antes, acabar com a angústia. Mas não sabia até que ponto valeria a pena. Só queria que tivesse dado certo, que acabasse logo. Desejava que o telefone não tocasse. Desesperadamente, eu desejava.
Não, eu não receberia um telefonema naquele dia. Não naquele dia, em que estava sufocada pelas sensações que provinham da minha ansiedade. Tinha que ter dado certo, eu tinha que ter vencido. Estava cansada demais para ser derrubada por uma derrota. Estava em cólicas. Tinha vontade de gritar. Tinha que acabar logo. Eu precisava que acabasse logo. Não aguentava mais.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

"Um dia frio, um bom lugar pra ler um livro e o pensamento lá em você..."

"Te devoria a qualquer preço, porque te ignoro, te conheço quando chove ou quando faz frio...". A canção emana do rádio e ecoa dentro de mim. Me lembro de tudo, ou quase isso. Como não lembrar de uma saga que vem durando pelos últimos três anos? Como não lembrar D-E-T-A-L-H-A-D-A-M-E-N-T-E-!?
Mergulhei e já faz tempo. Não há como retroceder. Amo. Mais que isso, amo intensamente e amo amar. Sofro. Mas amor é dádiva. Como uma flor, tem seus espinhos. Pareço estar em desvantagem, mas estou em êxtase.
Não perco tempo esperando que um sapo vire príncipe e venha até mim montado em seu cavalo branco. Amo o sapo, do jeito que ele é. Silencioso, arrogante, cheio de si. Um sapo que não me ama. Um sapo que sabe que o amo. Envaidecido. Por ele iria muito mais longe do que já fui: cruzaria mais mares, mais desertos. Me afogaria em minhas próprias lágrimas. Buscaria o arco-íris mais belo para que ele sorrisse. Porque quando o vejo sorrir, ainda que não seja por minha causa, tudo vale a pena. A vida vale a pena.
O amor não quer possuir, ouvi dizer. E concordo. O amor nada mais é que uma paixão que evoluiu, passou de estágio. A paixão espera possuir. O amor espera amar, e isso basta. Contentar-se em amar: eis a essência.
Não sei o que os dias frios têm de tão especial, mas trazem consigo uma brisa de nostalgia, ou algo do tipo. É como se eu visse na chuva, que segue seu ciclo de cair, voltar ao céu e cair de novo, um exemplo para me mostrar que o que sinto faz parte da vida. A chuva segue seu rumo simplesmente porque tem de fazê-lo. Eu o amo simplesmente porque tenho de amá-lo. Como se tivesse nascido pra isso. Porque é isso que me basta.
"Mas se quer saber se eu quero outra vida, NÃO, NÃO! Eu quero viver mesmo é pra ESPERAR, ESPERAR, DEVORAR VOCÊ..." - a música chega ao fim no rádio. Se eu a tivesse escrito, certamente não falaria tanto por mim como fala. A música acabou. Meu amor nunca vai acabar.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

E então, vamos à batalha!


Está perto. A cada minuto, o prazo se encurta mais e desta vez é iminente. Tenho de partir, "combater o bom combate". A última batalha de uma guerra de 15 anos.
Sonhos foram deixados pelo caminho. Lágrimas e sorrisos também. Não tenho tempo para ser fraca, não tenho tempo para temer. Mas ainda assim tenho medo. A fé que deposito em mim, em alguns instantes desaparece. De vez em quando volta, mas é instável.
Tudo que consegui até hoje não pode ter sido em vão. Chegou a hora de fazer valer a pena. Nunca estive tão perto do fim. Nunca estive tão perto do medo. Sinto-me pequena, só uma menina. Uma criança que se perde dos pais no meio da multidão e se vê desprotegida. Sinto-me desamparada, mas dentro do meu peito grita a certeza de que jamais estarei.
Não estou sozinha. Tenho quem me proteja, tenho quem ore por mim, tenho que acredite que eu posso. Existem pessoas que acreditam em minha capacidade por mim, quando eu desacreditar. Não existe um deus. Existe O Deus. E sei que Ele cuida de mim. Ainda tenho a minha fortaleza, o meu amor. Meu alicerce mais fote, meu maior incentivo. Não, aquilo jamais poderia separar nossos corações. Ela intercede por mim.
Quando vejo minha serenidade, minha força e minha fé se esgotarem, tenho onde buscá-las. Tenho onde carregar as baterias. Quando estiver cansada o bastante, Ele me carregará nos braços. Tenho tudo de que preciso. Sou grande, forte. Uma folha de papel não me pode me derrubar. Escudo, espada, vontade. Vou partir para a última batalha. E vou partir para ganhar.
Fecho os olhos e posso ouvir a voz: "Eu acredito em você... Você PODE!". Sempre soube que ela não me deixaria. Já dizem por aí que "Sair não é deixar. Perto estás se DENTRO estás...". Ela está dentro de mim. Mergulho na canção: "Tenha coragem, e segue lutando. Há muito por amar e Deus não pensa em deixar-te...". Sigo, persigo, alcanço. Eu vou. Eu venço.

domingo, 17 de janeiro de 2010

Chovia...


Era uma tarde chuvosa, vazia e convidativa. A própria tarde parecia convidar-me a mover-me e acabar com o vazio ao qual ela se havia reduzido. Não poderia me dar ao luxo de perder tempo, estava acabando meu prazo e tinha uma guerra a vencer. Mas eu sabia que naquele momento, a apenas dois quarteirões, ele estaria. Mesmo em meio à chuva e ao frio, ele estaria lá. Exatamente lá em cima, como bom músico que era.
Recordei-me do encontro que tivera com ele no fim de semana anterior. Elogios dançavam no ar suavemente, docemente. Flutuaram dele até mim. Quando me alcançaram, não poderia ter sido de outra forma: sorri timidamente, enrubesci. Eu bem sabia que se naquela tarde, resolvesse partir ao encontro dele, talvez ele nem me visse. Não haveriam novos elogios. Mas precisava vê-lo. Precisava tocá-lo nem que fosse com o olhar. Saltei, vesti-me, perfumei-me, enfeitei-me. Já que estava mesmo em busca de sentido, fui atrás dele, que era sentido de muitas das coisas presentes em minha vida. E isso já fazia algum tempo.
Quando dobrei a esquina, meus olhos se encontraram com os dele. Como um príncipe, a olhar a paisagem de sua torre, lá de cima, o seu olhar dirigiu-se a mim. Ainda que por uma fração de segundos, os seus olhos me pertenceram. Parei, dei um suspiro: valera a pena. O tempo perdido jamais terá sido perdido, de fato, diante de tal cena. Seria sempre o tempo ganho. Estar na presença dele representará sempre um ganho, não importa como seja.
Ao final de tudo, saí de lá mais leve. O tinha visto. Melhor: tinha sido vista. E isto me bastava. Não precisava de elogios, não esperava palavras. Era dele, simplesmente dele que eu precisava. Dele, mergulhado no seu silêncio de sempre e só. As palavras são sempre lucro, como uma espécie de bônus, de prêmio. Mas a verdade é que era ele,em sua essência, que me bastava. Ponto.
E então parti. Angustiada pela última batalha que teria de enfrentar, dois dias depois. Inclinei a cabeça, fechei os olhos. Vi que perto dele, tudo se tornava ínfimo, inclusive eu. Inclusive minha batalha. Desejei que vê-lo me desse sorte. Desejei ter boas notícias para o próximo encontro. E terei.

Sonhos.



Sonhar... Momento tão prazeroso até o instante em que abrimos os olhos, acordamos. Sentimos raiva de termos acordado, gostariamos de poder permanecer no sonho. Talvez para sempre.
Erro! Esquecemo-nos o quanto acordar é uma dádiva. Não devemos jamais sentirmo-nos tristes por termos acordado. "Mas o sonho... Era tão real!". "Se eu não tivesse acordado, continuaria a sonhar...". Acordamos sempre na hora certa. Antes que os sonho tenham tempo de se tornarem pesadelos. No auge de tudo, no auge do amor, dos risos, das vitórias. E então percebemos que era só um sonho. A vontade de voltar a dormir, de rever as mesmas cenas nos toma violentamente.
Constantemente eu sonho. Não preciso estar dormindo para sonhar. Sou movida pelos sonhos, pelas vontades. Entrego-me como alguém que mergulha num rio sem saber a sua profundidade. Quando estou, enfim, submersa pelos sonhos, envolvida pelas suas águas, sei a profundidade que têm. E é então que eles ganham um valor inigualável para mim.
Sonhos impossíveis existem? Não sei... É um paradoxo pensar nisso enquanto vivemos cercados de pequenos presentes perfeitos, de pequenos milagres aparentemente impossíveis, delicadamente esculpidos pelas mãos de Deus.
Não importa o tamanho do seu sonho. Sonhe. Acorde. Permita-se permanecer acordado e contemplar a beleza daquilo que almeja. Corra, persiga uma estrela, um cometa, um raio de luz. Na virada do arco-íris pode estar seu sonho, talvez. Não importa onde ele esteja, acredite que pode alcançá-lo. Quando finalmente chegar, abrace-o. E sinta a grandiosidade e a beleza de algo que se concretiza no infinitesimal.

sábado, 16 de janeiro de 2010

De querer ser, poder, fazer.


A capacidade de considerar-me capaz me é um mistério. Por vezes ela parece me dominar, de tal forma que penso ser capaz de tudo que me propor a executar. Mas ela nunca permanece. Sempre tenho meus momentos de incapacidade aguda. Não acredito que seja única, num mundo grandioso, a sentir-me de tal forma: escorrendo por entre os próprios dedos.
A vontade de querer ser, de poder e de fazer me fortalecem como um empurrão no qual me deixo mergulhar, pelo qual me deixo levar. Desarmo-me e vivo a inércia. E de um surto, tenho um "Eu posso". Como alguém que enfraquecido e enfermo recebe vitaminas e se recupera, eu recupero a mim. Levanto, tiro a poeira dos ombros, ouço em minha lembrança uma voz me dizer: "Você pode! Eu acredito em você. E você?". Tais ondas sonoras que invadem meu pensamento criam braços fortes o bastante para me levantar, e principalmente, me empurrar.
Sigo. Persigo meu objetivo de forma confiante, voraz. Cansada, mas ainda assim voraz. Tenho de ser voraz. Não importa quão cansada eu esteja, só poderei descansar quando chegar, e para chegar é preciso força, garra.
Pensando, fazendo levantamento de minhas prórpias teses, talvez dê meu mistério por desvendado: é preciso que eu caia, é preciso que me sinta fraca. É preciso estar no chão, para que a queda me incomode. É incomodada pela queda que levanto, me lanço em direção ao novo que me espera. É preciso que eu esteja cansada para querer não mais sentir cansaço. É preciso que eu queria mais que tudo descançar, para que possa tirar forças da fraqueza. E então não só almejar, como alcançar, realizar, sorrir. E por fim, descansar. É preciso que eu seja fraca, para que assim eu possa ser forte.