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sábado, 16 de janeiro de 2010

De querer ser, poder, fazer.


A capacidade de considerar-me capaz me é um mistério. Por vezes ela parece me dominar, de tal forma que penso ser capaz de tudo que me propor a executar. Mas ela nunca permanece. Sempre tenho meus momentos de incapacidade aguda. Não acredito que seja única, num mundo grandioso, a sentir-me de tal forma: escorrendo por entre os próprios dedos.
A vontade de querer ser, de poder e de fazer me fortalecem como um empurrão no qual me deixo mergulhar, pelo qual me deixo levar. Desarmo-me e vivo a inércia. E de um surto, tenho um "Eu posso". Como alguém que enfraquecido e enfermo recebe vitaminas e se recupera, eu recupero a mim. Levanto, tiro a poeira dos ombros, ouço em minha lembrança uma voz me dizer: "Você pode! Eu acredito em você. E você?". Tais ondas sonoras que invadem meu pensamento criam braços fortes o bastante para me levantar, e principalmente, me empurrar.
Sigo. Persigo meu objetivo de forma confiante, voraz. Cansada, mas ainda assim voraz. Tenho de ser voraz. Não importa quão cansada eu esteja, só poderei descansar quando chegar, e para chegar é preciso força, garra.
Pensando, fazendo levantamento de minhas prórpias teses, talvez dê meu mistério por desvendado: é preciso que eu caia, é preciso que me sinta fraca. É preciso estar no chão, para que a queda me incomode. É incomodada pela queda que levanto, me lanço em direção ao novo que me espera. É preciso que eu esteja cansada para querer não mais sentir cansaço. É preciso que eu queria mais que tudo descançar, para que possa tirar forças da fraqueza. E então não só almejar, como alcançar, realizar, sorrir. E por fim, descansar. É preciso que eu seja fraca, para que assim eu possa ser forte.

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