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sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Fica

Eu ando com síndrome do pânico ao ver o telefone tocar. Ao ver mesmo, não ouvir. É que meu celular acende os ícones do display quando vai tocar, antes de tocar. E aí pronto: basta ver aquelas luzinhas brancas que meu coração dá saltos mortais pra ginasta olímpica nenhuma botar defeito. Até que acende a tela toda e aparece um nome qualquer na bina, que não é o seu. Semi-síncope em vão. Tenho tido isso recorrentemente e assim têm sido os meus dias.
Tudo porque você disse que me amava. Mas você fez questão de dizer que me amava tanto, mas tanto, que sabia que eu merecia muito mais. Você disse que deseja pra mim que eu seja muito mais feliz do que você pode me fazer. Me falou do amor, inundado de consciência, que sabe que eu mereço mais. E eu fiquei aqui no meu canto, querendo que meu merecimento minguasse, só pra você caber como uma luva nele, sem folgas, sem espaços vazios.
Aí foi quando você começou a falar que eu me conformo fácil com as coisas e que preciso aprender a olhar pra dentro, reconhecer o meu valor. Eu preciso de alguém que acabe com essa minha mania feia de me contentar com migalhas, como se fossem suficientes, como se fossem o bastante. Não são.
Você fala de mim como se eu fosse uma pessoa tão bonita e boa, e fica tão zangado por eu não concordar, que chega quase a me convencer de me amar mais. É a condição pra você ficar? Se eu gostar mais de mim, você vai se sentir melhor para me dar esse amor que tem aí no peito? Esse amor, que você diz que é pouco, mas que é o amor que eu quero. Não se trata de merecimento. Se eu amar a mim mesma como você me ama, você me deixa te dar todo esse meu amor pra você em troca?

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