Ela tinha na voz o mesmo feitiço que a Capitu de Bentinho tinha nos olhos. Ele já tinha percebido. E aprovado. O que ele não sabia era que ela já o imaginava. E sonhava com ele, e o levava no pensamento.
Afinal, onde ele havia se escondido até então? Bastou que os olhos dela o avistassem, e ele passou a morar em sua cabeça. Foi um breve momento, numa tarde qualquer... E a noite já rendeu um sonho onde ele estava.
Não, ela não estava apaixonada. Não mais acreditava em amor à primeira vista: com a maturidade que a vida lhe dera, aprendera que amor não se inventa, mas se constrói na convivência. Cotidiano, entre os dois, ainda não existia. Ela sabia o nome dele, desconfiava que ele soubesse o dela. Foram alguns olhares (de cobiça) trocados. E só. E um "só" que foi o bastante para ela sonhar.
Não era desejo, amor, paixão. Não era nada. Era só o medo que ela tinha de amar... E o anseio que ela tinha por esse mesmo sentimento paradoxal: cruel e bondoso, revigorante e assassino, monstruoso e belo. As múltiplas faces do amor a confundiram pela vida afora e o medo não a deixava nem em sonho.
Tinha sonhado com ele, sim. Estava em seu colo, quase que entregue... Mas quando ele lhe pedia um beijo, ela negava. Era o medo que não descansava, nem quando ela dormia. Mas mesmo medrosa ela sentia falta de ter em quem pensar, de ter com quem sonhar, de ter por quem pulsar. E sabe lá Deus (ou não) o motivo, o alvo da vez era aquele rapaz. Que passaria pela sua vida, sem deixar rastro. Ou quem sabe, ficaria.
Afinal, onde ele havia se escondido até então? Bastou que os olhos dela o avistassem, e ele passou a morar em sua cabeça. Foi um breve momento, numa tarde qualquer... E a noite já rendeu um sonho onde ele estava.
Não, ela não estava apaixonada. Não mais acreditava em amor à primeira vista: com a maturidade que a vida lhe dera, aprendera que amor não se inventa, mas se constrói na convivência. Cotidiano, entre os dois, ainda não existia. Ela sabia o nome dele, desconfiava que ele soubesse o dela. Foram alguns olhares (de cobiça) trocados. E só. E um "só" que foi o bastante para ela sonhar.
Não era desejo, amor, paixão. Não era nada. Era só o medo que ela tinha de amar... E o anseio que ela tinha por esse mesmo sentimento paradoxal: cruel e bondoso, revigorante e assassino, monstruoso e belo. As múltiplas faces do amor a confundiram pela vida afora e o medo não a deixava nem em sonho.
Tinha sonhado com ele, sim. Estava em seu colo, quase que entregue... Mas quando ele lhe pedia um beijo, ela negava. Era o medo que não descansava, nem quando ela dormia. Mas mesmo medrosa ela sentia falta de ter em quem pensar, de ter com quem sonhar, de ter por quem pulsar. E sabe lá Deus (ou não) o motivo, o alvo da vez era aquele rapaz. Que passaria pela sua vida, sem deixar rastro. Ou quem sabe, ficaria.
Oi linda, como sempre um belo texto. Fez-me lembrar da música de Lenine "Medo".
ResponderExcluirMas o medo só fica se arrumarmos a casa para ele, se o convidarmos para entrar e sentar. Se abrirmos a porta ele entra e só sai quando der na telha.
Deixa ele ficar não. Te arruma, pinta a boca, põe um salto, um belo look e diz:
"se não sair vai ficar ai sozinho"
Lembra que o medo precisa da nossa companhia. Ele tem medo da solidão. Irônico não!?
Bjssss no coração