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quinta-feira, 17 de maio de 2012

Helena,
O que posso lhe dizer é que meu coração tem lá seus momentos de calmaria. Aliás, acho que ele tem estado sempre calmo. E minha agonia deve vir disso... Calma demais dá tédio. Aí por isso, penso eu, para curar o meu ser dessa chatice, meu cérebro tem pecado enquanto meu coração dá uma de esquecido do amor. Meu coração pode estar dormente, preso num cubo de gelo... Mas a cabeça não para. O corpo ainda inflama... Pode ser sinal de que nem tudo está perdido, quem sabe. Afinal, dizem que o amor nada mais é que um desejo que alcançou a maturidade... Se eu sei desejar, talvez saiba amar ainda.
Quanto a Inácio, o que posso dizer é que lhe entento tanto! Eu vi Beralto me escorrer entre os dedos e se tornar um desconhecido. É triste. Eu, que tinha feito tantas juras de amor eterno, ter que abandonar o barco. Era forte demais, amiga, pra ter-se ido desse jeito. Acho que eu só empurrei pra debaixo do tapete e fui vivendo. Tem coisas que não largam da gente, mas a gente tem que engavetar. Eu engavetei. E não me arrependo. Se um dia houvesse a possibilidade de eu e ele sermos "nós", talvez eu me atrevesse a resgatar os sentimentos empoeirados que estão arquivados. Mas passei tempo demais presa ao "se", entende? Deixei de lado.
Eu sei que dói. Confunde, sobretudo. Mas seja forte. Seja a mulher que eu sei que você é. Não será a última, minha amiga. Na realidade, sem desilusões, a vida seria uma chatice. Sem desilusões, a gente não crescia, não aprendia... Pense que tudo que não faz sentido hoje, amanhã lhe mostrará que cada coisa sempre esteve no seu devido lugar.
Sorria sempre. Cace sorrisos por aí.
Um beijo carinhoso,
Caterina.

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