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quarta-feira, 30 de julho de 2014

Crise de realidade


Faz dias que sento, ponho o laptop no colo e tento escrever um texto bonito pra postar no blog. Digito umas linhas, mas o pensamento termina se perdendo. Acho que é porque eu ando tão 'atonitamente' envolvida na minha realidade, que confinei todas as minhas fantasias no fundo de um armário velho. Tranquei de chave e esqueci onde guardei o molho. Não consigo lembrar nem a pau, nem a ferro, nem a fogo, nem a nada.
Quando eu era mais nova, muito dada às minhas paixõezinhas platônicas, sempre tinha dias em que encarava a impossibilidade de surgir um romance de verdade daquelas historinhas bonitas que eu inventava na minha cabeça. Eu chamava esses momentos de profundo sofrimento de crise de realidade. Era quando eu saía da minha bolha e enfrentava meu mundo real cheio de paixões não-correspondidas. E agora, depois que uma coisa chamada formatura passou por mim, me encontro numa crise de realidade constante.
Me formei. Casei com o Jornalismo. Amei muito. Não sei se fui correspondida. Já nem sei se amo tanto assim. Mas estou aqui, pagando o preço das minhas escolhas. Abraçando a vida que escolhi lá atrás, enquanto brigava com o mundo, batia no peito e acreditava piamente que tinha mesmo nascido pra isso. Não sei se o problema sou eu, ou se a maioria das pessoas sente algo parecido em momentos assim da vida. O que a gente faz depois que é feliz, afinal? Pra que lado se vai quando se chega, pelo menos aparentemente, no terminal da condução?
É como se meu objetivo maior fosse a graduação. E agora que eu tenho um diploma e tal e coisa, não sei bem pra que lado ir. Por mais difícil e chato e estressante que o caminho até aqui possa ter sido em alguns momentos, eu sempre soube pra onde estava indo. Agora eu cheguei ao final da trilha e o mapa que eu adquiri não mostra as estradas daqui pra frente. Tenho que seguir por conta da minha própria intuição. E isso assusta. E dá um medo. Dá pânico mesmo. Mas é isso, não é?
É, é isso. Jornalista agora. E nem posso mais reclamar quando as pessoas me chamarem assim, e corrigi-las dizendo que sou e.s.t.u.d.a.n.t.e. Porque agora sou uma m.u.l.h.e.r graduada. Tenho guardado na gaveta um documento que me chama de b.a.c.h.a.r.e.l.a. Certo. Saí da zona de conforto, do lugar conhecido e confortável que a Universidade representava pra mim. O que espero agora é que a saída do lugar confortável não me leve a um lugar comum. Porque eu não andei tanto pra ser igual. Pra ter igual ou viver idem. Andar a cem por hora na contramão dá mais adrenalina.

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