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segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Oi, Passado. Eu vim te visitar.


Hoje, depois de cinco longos anos, eu estive no colégio onde estudei a vida inteira. Num segundo, parece que foi ontem que saí de lá. No segundo seguinte, parece que o tempo se perdeu, porque eu nem sequer sou a mesma pessoa que deu as costas àqueles muros, um dia. Isso só me leva à conclusão de que a vida é muito doida. Graças a Deus!
Quanta história paredes podem conter? Como ambientes, cores, formas, cheiros e sons podem mexer tanto com nossas mentes, nossos sentimentos? Pensando sobre como 15 dos meus 22 anos eu vivi ali, tive que analisar tudo de um modo mais amplo. Passei mais tempo da vida lá dentro, do que aqui fora. No entanto, depois que concluí o Ensino Médio, mudei muito mais do que nos 15 anos de colégio juntos. Essa transição de adolescência para a vida adulta parece ser a mais significativa. A gente vira do avesso. Mas nem sei se é assim pra todo mundo. Pra mim, foi.
Ver aquela fachada cinco anos, alguns cortes de cabelo, um piercing, quatro tatuagens e um diploma de Jornalismo depois, foi, no mínimo, curioso. Foi como me olhar por dentro. Foi olhar pra trás e, numa fração de segundo, reconstruir toda a rota que tracei até aqui. Definitivamente, eu não sou mais a menina que cruzou aqueles portões com a ficha 19 nas mãos.
Tanta coisa parece fazer mais sentido agora, e tantas outras perderam o sentido, se tornaram grãozinhos de areia no parquinho do pré-escolar. Segredos que já nem valem de nada devem ter ficados enterrados do ladinho do caramanchão. E quem diria que eu, cantorinha que todo recreio batia ponto no "palquinho" de madeira (que na verdade era uma ponte, sem rio passando por baixo), subiria em palcos de verdade, de gente grande? E os intervalos em que eu abdicava do lanche, só pra poder passar 20 minutos dentro do estúdio da rádio do colégio? Uau! Sabe meu diploma de Jornalismo? Consegui concluindo o curso com um projeto experimental em... Rádio. Talvez eu não tenha me dado conta o quão "de antes" vêm meus prazeres e aptidões atuais. 
Hoje, apesar de tão mudada, reconheço em mim pedaços do que eu era, apesar de não ser mais. Porque tudo que sou hoje começou lá, de onde eu vim.



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