No começo desse mês eu experimentei doçurinhas. Ele não foi de todo ruim. Mas no que foi ruim, decidiu-se por sê-lo com convicção. Devo admitir que no se propôs a fazer, maio caprichou e fez bem feito. Maio me feriu. Ou melhor, maio deixou que me ferissem. Não satisfeito, foi além: deixou que eu ferisse gente, só pra eu sofrer ainda mais, ao me perceber no papel do algoz. Tinha que ter uma cereja no bolo. E tinha que ser bem amarga.
Valeu a viagem. Agora deito nos braços do mês que entra. Conto com a brisa de junho para me manter sã, com a cabeça fria e no lugar. Conto com o aconchego que o frio pede, para poder encontrar o perdão que em maio não consegui dar, nem receber. Conto com a chuva de junho, para me lavar. Conto com a magia dos recomeços, para que toda mazela de maio tenha ficado mesmo por lá. Conto com os santos de junho, para orarem por mim.
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