
Mas estava.
Ninguém me obrigava!
Mas eu estava.
Quem me obrigava?
Ora, não importava!
Nas horas (que quem dera, fossem vazias)
Estava envolta a nostalgias
E era eu que me obrigava
Não na minha parte que me ama
Mas na parte que ama a ti
Violenta, doentia, inconsciente!
Orgulhosa e sofridamente
Não conseguia me deixar ver o dia corrente
Como um dia comum, qualquer
Cruel, mesquinho: desatino de mulher
Não é sempre que se pode ter aquilo que se quer
Eu, dona de um coração insano
Fui condenada a passar mais um ano
Chorando, no tapete atrás da porta
Vendo minha esperança no chão: estirada, morta
As paredes me sufocam,
Murmuro cada vez mais baixo
E minha voz, perdendo as forças
Consegue gritar só dentro de mim
Portas trancadas, daqui não saio
Fico me ouvindo dizer:
Odeio celebrar o teu nascer
Por isso odeio: 29 de maio!
Nenhum comentário:
Postar um comentário