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quarta-feira, 2 de junho de 2010

29.

Eu não precisava estar ali
Mas estava.
Ninguém me obrigava!
Mas eu estava.
Quem me obrigava?
Ora, não importava!
Nas horas (que quem dera, fossem vazias)
Estava envolta a nostalgias
E era eu que me obrigava

Não na minha parte que me ama
Mas na parte que ama a ti
Violenta, doentia, inconsciente!
Orgulhosa e sofridamente
Não conseguia me deixar ver o dia corrente
Como um dia comum, qualquer

Cruel, mesquinho: desatino de mulher
Não é sempre que se pode ter aquilo que se quer
Eu, dona de um coração insano
Fui condenada a passar mais um ano
Chorando, no tapete atrás da porta
Vendo minha esperança no chão: estirada, morta

As paredes me sufocam,
Murmuro cada vez mais baixo
E minha voz, perdendo as forças
Consegue gritar só dentro de mim
Portas trancadas, daqui não saio
Fico me ouvindo dizer:
Odeio celebrar o teu nascer
Por isso odeio: 29 de maio!

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