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domingo, 16 de outubro de 2011

Saudade

Caí doente pela primeira vez, depois que ela se foi. Isso só fez com que eu sentisse ainda mais a sua falta. Não que eu não receba cuidados e carinhos hoje em dia, mas é que tudo fica mais doce e claro com a palavra "mãe" no meio.
Sinto falta de tê-la à minha cabeceira, velando meu sono. Sinto falta de acordar de madrugada com o toque suave de suas mãos, conferindo se ainda tenho febre. Sinto falta daquele semblante preocupado, telefonando para todos os médicos possíveis e imagináveis, buscando uma forma de me aliviar dores, temores, tremores, mal-estares. Não, eu nunca gostei de vê-la aflita. Mas hoje sei que naquele olhar de aflição estava estampado um olhar de amor.
Sentir saudade é assim mesmo. Ela aperta a gente de um jeito, que você fica querendo reviver até o que nem foi tão bom assim. Porque o principal não são as lágrimas, nem os risos. O que importa é a presença de quem se fez ausente. E o maior desafio é aprender a viver sem. Só o que me consola é pensar que de onde estiver, ela deve ser como meu anjo da guarda.


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