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quinta-feira, 23 de janeiro de 2014


Sete anos depois eu finalmente percebi que talvez nunca tenha sido amor, de fato. Das coisas que me lembro sobre o que eu sentia por você, a certeza que me bate mais forte é de que eu rezava. Todos os dias. Religiosamente e tendo o coração o mais contrito possível. Eis o lado bom do meu desfortúnio: me levou a Deus. Não porque eu precisava pedir que Deus te trouxesse para mim, mas porque eu precisava dizer a Ele o quanto eu te amava e o quanto eu te queria feliz. Nas minhas orações, nunca era eu. Era você primeiro.
A partir daí, todo aquele meu altruísmo tem explicação. Amor que se doa até a dor, até depois da dor. E cada vez que você me humilhava, eu resistia. I Coríntios 13 era o meu lema. "Crer. Suportar. Esperar". Não se tratava mais do amor que eu sentia, mas da minha fé cega, que me fazia acreditar que nada importava, um dia, seríamos um. Eu tinha fé nisso. Eu tinha fé que Deus faria isso, que isso era a vontade d'Ele. Era uma fé cega num Deus que - graças a Deus - decidiu que eu ficaria melhor sem você. E estou melhor. Até hoje.

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