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sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Escolha certa

"Eu não podia pensar nele. Isso era algo a que eu tentava me prender. É claro que eu cometia deslizes; eu era apenas humana. Mas estava ficando melhor, e assim a dor era algo que agora eu conseguia evitar durante dias. Para compensar, tinha o torpor interminável. Entre a dor e o nada, eu escolhera o nada."
(MEYER, Stephenie. Lua nova. Intrínseca. Novembro, 2008)



N A D A. Minha vida estava coberta de nada. Eu andava rindo um pouco, brincando de ser feliz. Mas depois de certo tempo, me dei conta. Eu estava vazia. Sem ele, eu seria sempre vazia. Poderia sorrir, até (pensar) ser feliz. Mas sempre faltaria algo. Sempre faltaria o sorriso dele, a voz, o andar, o cheiro. Mas eu tinha um problema: ele já não era o mesmo a quem eu queria me entregar. Ele mudara, ou mostrara sua verdadeira face: que não me agradou.
Era um dilema. Perdi o homem da minha vida, antes que ele pudesse ser um homem, de fato. Era um adorável menino, até o momento em que desfigurou-se sob os meus olhos. Eu não conseguia aceitar, eu não tinha como perdoar! As lembranças entravam em contraste com o presente e me matavam um pouco mais do que eu já havia morrido.
Agora eu tentava me afastar de todas as formas, cortar todos os vínculos. Mas não parecia ser o bastante. Eu fugia da dor, e me lançava no vazio. Até que ponto a minha escolha era certa?

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