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segunda-feira, 22 de novembro de 2010

A verdade me foi revelada


"Se quer conhecer uma pessoa, dê poder a ela". Essa frase penetrou-me os ouvidos e como num estalar de dedos, eu tinha toda a verdade e a compreensão de quase quatro anos de história mal resolvida, bem ali, diante do nariz.
Bastou ele saber o poder que exercia sobre mim para agir como um completo idiota. Mas quem lhe conferiu tal poder? Eu, eu mesma! Juntei toda a minha existência como um punhado de vento, água ou areia nas mãos, e entreguei a ele. Juntei tudo entre os dedos: o que eu era, o que eu acreditava, o que eu amava e odiava, o que eu queria ser e viver, tudo. Ele tinha a mim e a tudo que se me fizesse importante. Eu o tornei, de tal forma, a primasia em minha vida. Ele era meu ar, meu sangue e coração, porque era possuidor de minha própria essência. Eu sempre dizia carregar comigo um amor sem explicação, e dizia amá-lo mais que a mim mesma. Tudo uma grande confusão. O amor que eu sentia não só tinha explicação, como era mais amor a mim que a ele. Eu o amava porque ele me tinha, não por outra coisa, não por mérito dele.
Eu o amava, mas a verdade é que eu não o conhecia até ter dado a ele tanto poder. Se eu não amo aquilo que não conheço, e quando ele viu-se poderoso se mostrou um idiota, e eu amava aquele que ele era antes de ter-lhe confiado tamanho poder, e só se conhece de verdade uma pessoa dando poder a ela, e quando o dei poder e o conheci me decepcionei... Espera. Então é isso mesmo? Me martirizei esse tempo todo... Como não percebi antes? BINGO: eu nunca te amei, idiota.

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