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terça-feira, 18 de maio de 2010

Espera.


Terá sido válido, todo o tempo em que sentada, permaneci esperando? Terá sido válida minha arte de me contorcer de dor, de ver as lágrimas caindo pelo rosto e ainda assim repetir, incessantemente: "preciso crer, suportar, esperar."?
Foram mais de mil dias que pareciam iguais. As dores eram as mesmas. Minhas lágrimas tocavam o chão, evaporavam de volta aos meus olhos, e tornavam a cair. Até as lágrimas eram iguais.
O desprezo estampado nos olhos dele também era sempre o mesmo. E dia após dias, parecia me atingir de forma mais violenta. Queria poder sorrir com ele, e não saber que ele sorria de mim. Ora, doar-se de amor por inteiro, sem pedir nada em troca, não é algo engraçado. Que graça minha dor haveria de ter?
Será que ele nunca soube o quanto me doía amá-lo? E se todo esse tempo, ele continuou pensando que era brincadeira, como no início? Não, ele não seria tão tolo. Quando me apontava como uma piada, ele sabia o que estava fazendo. Chegava a ser cruel.
Dentro do meu universo, mergulhada num amor sem medidas, tudo que fiz foi esperar. Esperar por ele, esperar que o sarcasmo dele cessasse. E minhas lágrimas também.

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