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sexta-feira, 12 de março de 2010

Judia-te, Judite!.


Ela era a mais irritadiça do lugar onde vivia. Era também a irritadiça mais jovem. Aos 20 anos, apenas, trazia consigo um espírito mais ranzinza que o de um ancião.
Por pouco, muito pouco, fazia o mundo desabar, com suas palavras agudas, tão agressivas. Mais que isso, amargas.
Não fora por querer que havia levado uma vida difícil, mas foi por vontade própria que tornou-se tão seca quanto o barro quente que seus pés descalços pisavam, quando ela era criança.
A dor, ao invés de fazê-la crescer, de edificá-la, teve o efeito contrário: lhe atrofiou, tornou-lhe uma mulher pequena não somente de estatura, mas de alma e coração. Ela não era feliz, e se não mudasse, jamais seria.

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