Marcadores

quinta-feira, 25 de março de 2010

Da terra molhada.



No dia anterior, me parecia uma chuvinha qualquer. Despretenciosa. Mas enquanto aquele dia no qual agora eu me encontro amanhecia, fui acordada por raios e trovões. Eu que sempre fora tão medrosa, agora deixava-me ninar pelo motivo do meu pavor de outrora.
Tinha tido sonhos tão belos durante a madrugada, que me seria impossível agitar. Diante daquele barulho ensurdecedor e daquelas luzes que brilhavam, eu apenas era embalada.
Ver beleza onde não se via, é algo doce que a vida tem. Ver beleza em tudo, em todos, em qualquer situação. Ah, a madrugada sombria em que adormeço calmamente e em sonhos encontro tudo que me parece caro, tudo que me parece céu.
Não troco nenhum silêncio e nenhuma calmaria pelos trovões e relâmpagos que ouvi e vi, no despertar deste novo dia. traziam com eles a chuva, tão zangada a cair. Mais que fazia pairar no ar o doce e colorido perfume da terra que era molhada.

Nenhum comentário:

Postar um comentário