
Com ela eu andava na rua, no ônibus, nos corrredores da minha casa e de todos os lugares. Ela sempre esteve presente em minha existência e eu sempre a amei. Mas amar daquela forma, muitos a amavam. Era comum a quase todas as gentes do mundo. Até que ela começou a me corresponder de um jeito diferente, com um amor ainda maior que o meu. Um amor incomum, intenso, imenso, forte. O amor com o qual ela me olhava me convidava a modificar meu sentimento. Eu sentia em mim o impulso violento de amá-la daquela mesma forma que ela me vinha amando. Mas eu temia. Muito.
Ouví-la, como eu já estava acostumada, era diferente de vivê-la, tocá-la, cantá-la, fazê-la. E era a isso que eu estava agora inclinada a fazer: vivê-la em minha própria carne. Sentia que deveria mergulhar nela e no primeiro contato mais intenso que tivemos, percebi que lidar com ela era muito mais difícil do que supunha.
Durante toda a minha vida eu e ela estivemos num estágio de paquera, mas a convivência quando se torna mais intensa, aumenta também a dificuldade. Tudo em mim queria se entregar, mas meu medo me segurava, prendia minha voz na garganta. Só que ela parecia disposta mesmo a lutar por mim e não me deixou paralizada: puxou-me com medos e inseguranças, e me levou com ela.
Ela me apresentou a alguns amigos e pude ver a grande alegria que a presença dela proporcionava a eles. Quis ser feliz assim também. E ela disse que me faria ainda mais, se eu me entregasse. Eu já estava mesmo em suas mãos, e deixei que ela me levasse para onde bem quisesse. Foi assim que parei no palco, com um microfone nas mãos e o coração na boca. Por mais assustada que estivesse, tudo que eu mais queria era ir e continuar indo com ela. Queria ir ao fim do mundo, ao fim do arco-íris, à toda parte que se houvesse para ir. Já não a tinha mais ao meu lado, mas agora ela estava em mim. Eu era ela, ela era eu, e juntas éramos um só ser numa explosão de amor. Eu ainda tenho medo, mas ela me encoraja a seguir em frente. E mesmo que eu exploda de nervosismo e ansiedade, eu vou... Vou porque a felicidade que ela me oferta eu nunca encontrei em nenhum outro lugar.
Antes que eu esqueça de lhes apresentá-la, se chama Música, a minha amada, minha cura para todos os males. Nem sei tanto sobre ela, tecnicamente, mas tenho aprendido um pouco mais a cada dia. E compenso o que ainda não sei com meu amor, que é grande demais, e acho que basta para vivermos juntas... Em melodia.
Claro que seria a "Música" porque ela é intrínseca à você. Quem te conhece sente-a sem mistérios, mas com muita afinidade.
ResponderExcluirBeijos