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sexta-feira, 10 de junho de 2011

Qual é o fio que nos une e nos separa?

Era uma espécie de corda bamba. Uma estrada muito estreita que eu eu tinha de atrevessar, e estava apavorada. O lugar era alto demais, e eu tinha tanto medo de cair... Sozinha, eu teria caído mesmo, se não fosse você aparecer. Surpreendenmente você, que costumava ter o hábito de me virar as costas, era que estava lá para me guiar na complicada travessia. Mas que meu guia, você foi aquele que me envolveu nos braços, me segurou para eu não cair, me deu forças para que eu pudesse acreditar em mim mesma.
E aquele sentimento empoeirado e esquecido no fundo de minha gaveta, parece ter vindo à tona de novo. Eu pude sentir seu cheiro, seu abraço firme, ouvi sua voz ao pé do ouvido. Eu que já nem me importava com sua presença ou ausência, mergulhei num estado de transe ao te ter por perto novamente.
E como se isso já não fosse o bastante, na noite que se seguiu estávamos no mesmo ambiente mais uma vez. Os meus amigos e o seus, com aqueles velhos sorrisos e as mesmas piadas sobre nós dois na boca. Quando eu tentava lembrá-los de que o tempo havia passado, de que não éramos mais os mesmos, e que eu já não te queria mais, te vi. Te vi e fiquei muda. Meu coração pulava dentro do peito não como se eu tivesse me apaixonado de novo, mas com uma alegria imensa em perceber que eu nunca tinha te esquecido. E você me sorriu e disse que não tínhamos outra escolha que não sermos um só.
E no segundo seguinte eu estava em seu colo e você me fazia cafuné. E ali era desvendado todo o mistério da minha vida, tudo que eu mais havia desejado estava se cumprindo. Desejos que eu já nem me lembrava que existiam, reapareceram e foram saciados. Fechei os olhos para melhor sentir o passeio das suas mãos em minha pele. Quando os abri, estava no meu quarto, deitada na minha cama, sozinha... Sem você e sem ninguém, como sempre estive. Não me assusta que tudo não tenha passado de sonho. O que me dá medo é ter voltado a sonhar com você, depois de tanto tempo.
E com isso, toda aquela confusão volta. Eu te amo ainda, mas não deveria porque você me fez sofrer demais. Mas a gente parece ter uma espécie de magnetismo: sempre que estou bem, sempre que me refaço, você reaparece e me rouba a tranquilidade. Às vezes acho que isso nunca vai ter fim, que sempre vou ter intervalos de felicidade, mas sua lembrança de alguma forma vai voltar a me atormentar. Não quero e nem posso me iludir, mas tem momentos que sou obrigada a pensar na hipótese de que Deus tenha algum plano grandioso pra nós dois. Essa ligação tão forte e ao mesmo tempo cruel tem de ter alguma explicação... Ou é só o meu amor enfermo me pregando peças, me dando a falsa esperança de que vai ser saudável de novo e de que vai me fazer feliz. Mas no fundo eu sei que ele não pode melhorar... Mas também nunca vai morrer. E eu vou continuar aqui, parada.

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