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segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Voltar...


Sim, eu voltaria. Se pudesse, voltaria. Voltaria pra muito antes do que qualquer pessoa pudesse imaginar que eu gostaria de voltar.
Queria encontrar-me, mais uma vez, dentro dela. Fazer dela minha moradia mais quente, mais segura, mais amável. Dessa vez, não me apressaria para mudar-me aos oito meses, esperaria os nove, até seus últimos segundos. Teria em nossos corações um só, em nossas existências, uma só razão de ser. Teria nela meu ar, meu pulsar. Vida.
Saíria de dentro dela aos prantos, por me despedir de seu calor. Mas veria as lágrimas cessarem quando em seu colo fosse cuidadosamente, amorosamente embalada. Sentiria seu cheiro como quem sente o perfume de uma flor rara.
Teria mais 17 anos. Teria um pouco mais de tudo. Faria tudo de novo: bilhetes na infância, poemas, cantigas e afagos na adolescência. Queria um pouco mais dela, como queria! Mais 17 anos, ao menos. Embora em meu peito gritasse a vontade de querer mais, a vida inteira.
Não posso. O regresso é impossível, mas ainda assim desejável. Desesperadamente eu queria voltar. Queria, mas não posso.
Se pudesse, tenha a certeza de que eu voltaria. Sim, eu voltaria.

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